31/03/09

VIII Convivio Leonino

Este fim de semana realizou-se o VIII Congresso Leonino, um acontecimento que se esperava muito importante para o futuro imediato do clube e no qual se esperavam novidades em relação às eleições que brevemente se realizarão em Alvalade.
Apesar de não terem sido dados muitas informações sobre o que se passou no Congresso, as linhas gerais do que se passou em Santarém, mostram que nem sempre onde há fumo há fogo, e aquele que poderia ter sido um momento importante para o nosso futuro, não passou de um convivio entre sportinguistas.
Soares Franco foi o grande vencedor do Congresso, vendo aprovadas a grande maioria das recomendações levadas a votação, e obtendo uma enorme ovação com o seu discurso de encerramento.
Do Congresso salta também há vista a falta de uma oposição credivel e minimamente organizada para que se possa equacionar a sua candidatura aos destinos do nosso clube. Depois de tantas criticas à actual direcção, no momento de apresentar o seu voto contra e mostrar as soluções que têm para o clube, nada disso sucedeu.
Outro facto marcante do Congresso e na minha opinião talvez o momento mais negativo do fim de semana, foi o anúncio de José Eduardo Bettencourt da sua intenção de não se recandidatar à presidência do Sporting, isto por tratar-se no meu entender da pessoa com mais credibilidade, argumentos e potencial para fazer do Sporting aquilo que merece ser.
"Porque isto não é para qualquer um. E quando ouço falar em certos nomes, sinceramente com todo o respeito, acho que preferia ser inconsciente. Porque os inconscientes abraçam tudo e as pessoas com algum sentido de responsabilidade pensam um bocadinho mais nas coisas. Portanto, eu gostava que houvesse menos nomes, e que houvesse pessoas a fazer melhor as continhas, a pensar melhor nas propostas antes de as fazer, porque isto quando se pensa ser alternativa é uma coisa, mandar bocas é outra."
Dia 17 realiza-se uma AG que será determinante em 2 aspectos para o Sporting:
1º - Porque determina se avança a revisão estatutária que desvia a "minoria do poder de bloqueio", que Soares Franco vê como principal óbice ao "seu" projecto;
2º -
Porque será o momento de se perfilarem os candidatos à presidência do Sporting e de se começar a preparar o futuro do nosso clube;

5 rugido(s):

Pedro Pita disse...

Caro Visconde,

Fiquei boquiaberto, sem palavras ao ler isto:

http://www.scribd.com/doc/13758154/Recomendacoes-Congresso-Sporting-2009

É mau demais para ser verdade, mas é mesmo verdade, foram estas as recomendações do congresso do nosso clube. Este congresso apenas serviu o propósito de lançar a vaga de fundo para Filipe Soares Franco se recandidatar. É demasiado ruim para ser verdade. A partir daí fez-se luz e percebi o discurso do Dr. Dias Ferreira de ontem à noite. O Sporting está à beira de um abismo, com Dias Ferreira daremos o passo em frente. Vejamos o que dizem as ditas recomendações, item a item( seleccionei aquelas em que me detive com mais atenção, para um documento de debate que elaborei para finalidades que não vêm ao caso).

1.º Tema: desafios do ecletismo

- A construção de dois pavilhões multiusos. Pedir um já é pedir um bocadinho (tendo em conta a miséria das modalidades do nosso clube), mas dois?! Então se o Sporting alega que não tem outro remédio, para angariar receitas, que não seja arrendar partes do seu património desportivo( caso do Holmes Place de Alvalade), está-se mesmo a ver que vai encontrar massa para construir dois pavilhões... Ou seja começamos bem, as primeiras cinco recomendações deste vector são para ninguém levar nada a sério do que lá vem escrito.

- A seguir vem a maldita sexta recomendação. Digo maldita porque está mais que visto que quem a propõem tem um claro objectivo- acabar com mais uma dúzia de modalidades do Sporting. Quer-se dizer ecletismo sim, mas um ecletismo de e para alguns. É ridículo pensarem em acabar com mais modalidades do que têm feito, é não perceberem o Sporting e a sua história. E o que é engraçado é que para acabar com modalidades cria-se um grupo de trabalho, e logo adiante entra-se em contradição porque para voltar a activar o Basket, o Ciclismo e o Hóquei, e para criar o Rugby e, imagine-se, o Golfe, já não é necessário grupo de trabalho nenhum! Logo por aqui vê-se bem a mentalidade de quem produziu aquele documento. É a mesma com que todos os atletas do Sporting lidam diariamente há coisa de quinze anos, portanto nenhuma novidade. A parte lamentável é virem depois para a imprensa vir dizer que são a favor do ecletismo eles que nem sabem o que isso significa!

- A parte cómica estava reservada para a recomendação n.º 19. Quer-se dizer há modalidades "emblemáticas"( na opinião do Sr. Silva e do congresso), logo apoiem-se estas. Está portanto posto a nú o propósito de quem nos dirige: mandar para a falência todas as modalidades para além do atletismo e do andebol. Assim ficou de facto tudo muito mais claro. Mas o que é surreal é mesmo a aprovação de duas recomendações contraditórias (como de resto acontecerá mais adiante muitas vezes, para se ver o "nível" da coisa). É que a recomendação n.º 20, ou seja a seguinte, diz-nos que para além das supracitadas também o Ciclismo, o Hóquei e o Futesal são emblemáticas… Em que é que ficamos? É o Caos… Está-se mesmo a ver a coerência do pensamento das diversas luminárias que fizeram o congresso. Ou seja aprovou-se tudo e o seu contrário para que toda a gente saísse satisfeita. Podem achar o que quiserem mas isto não é coisa própria de um clube com um traçado estratégico definido, não acho que seja este o modo de tratar assuntos com seriedade.

- Depois vem o Atletismo, mais a pista coberta, o reforço de modalidades- não de todas, porque como é bom de ver há nisto filhos e enteados…- até que chegamos à fatídica recomendação n.º 27: 50% da quotização do Sporting deve ser afecta às modalidades. Bom, pensei eu, finalmente uma proposta decente. Há porém um pequeno senão. Quota suplementar facultativa para aqueles que queiram perder tempo com essa coisa das modalidades… Ok, fiquei esclarecido. Há, para o autor desta prosa, dois Sportings: o das modalidades e do futebol. Já sabia que era esta perspectiva de quem nos dirigia, mas nunca isto ficou tão claro como no texto desta recomendação. Achava que éramos todos do mesmo clube, mas pelos vistos estou equivocado.

- Claro que não podia faltar ao cardápio a recomendação n.º 28: temos que fazer um esforço “honesto, real e sincero” para arranjar patrocínios. Pudera! Como se as modalidades do Sporting não o soubessem já… Como se elas não fizessem esse tal esforço há quase duas décadas. Como se esse não fosse também o dia a dia do Sporting. E ainda há a LATA de darem conselhos a quem tanto dá ao clube a troco de nada ou quase nada!!!

- Depois vêm meia dúzia de recomendações pontuais, com as quais genericamente todos temos que estar de acordo( se bem que algumas se revestem de alguma comicidade, no sentido de serem tão ocas que nem se pode chamar aquilo de recomendação, como as recomendações n.º s 35 e seguintes.), até que se chega à única recomendação merecedora de real aplauso, a n.º 38, que propõem que o Prof. Mário Moniz Pereira seja nosso Presidente Honorário.

E de ecletismo estamos tratados. É um documento muito pobre, inconsistente e incoerente aquele que saiu do Congresso. Exigia-se mais, muito mais, da parte do clube mais eclético de Portugal, com dezenas de modalidades desportivas. O Sporting não se resume a seis modalidades! Confesso que esta foi a parte que li com mais atenção( até como parte interessada), e a parte mais pobre das conclusões do Congresso. Começo trágico, pensei. Mas pode ser que melhore lá para a frente.

2.º Tema: Sócios e adeptos.

- As duas primeiras recomendações deste vector encheram-me as medidas. Sim senhor, isto sim é pensar em grande. Quer a internacionalização quer a promoção das academias são a meu ver sectores estratégicos em que o Sporting deve investir. Só não percebi é o que é que isto tem a ver com sócios e adeptos! Azar dos Távoras!... A segunda proposta decente que vejo, está logo enquadrada no local errado… Devia estar na parte do futebol, digo eu.

- Depois disto vêm o grosso do golpe de Filipe Soares Franco, do seu último golpe, espero eu. Primeiro não podia faltar a recomendação n.º 4, proposta por Rui Oliveira e Costa e por Dias da Cunha: As questões estratégicas passam a ser votadas através de Assembleias Gerais Referendárias. Quer-se dizer vamos lá a acabar com essa coisa da democracia e das AG’s e passar a tratar das coisas com a populaça. Esta proposta representa o triunfo do populismo plebiscitário próprio de um peronismo de pacotilha. Mas a parte surreal da coisa é que o mesmo Congresso aprovou em alternativa, na recomendação n.º 5, que a Assembleia Geral se deve manter tal como está actualmente nos estatutos para preservar a AG como espaço de debate. Que raio, em que é que ficamos?! Quer-se dizer aprovou-se tudo, uma coisa e o seu contrário. E depois ainda há quem fale a sério do Congresso…

- A coisa estava a ficar quase esquizofrénica. Mas eis senão quando deparo com uma recomendação, a n.º 7, que propõem que as Assembleias Gerais, certamente depois de perderem qualquer competência, passem a ter a seguinte composição:
- Orgãos sociais eleitos do clube;
- Os cem sócios mais antigos do Sporting;
- Antigos Presidentes;
- Sócios escolhidos por sorteio, para mandatos de dois anos, em percentagem a definir.
Eu pensava que a sem vergonhiçe tinha atingido o seu patamar máximo, mas a a realidade não cessa de me surpreender. Quer-se dizer agora as AG’s do Sporting passam a ser um grupo de velhinhos, acompanhados de uns sócios sorteados ao calhas. Esta é a prova inequívoca da noção distorcida da democracia que existe nos dirigentes do Sporting Clube de Portugal.

- Outra pérola: a recomendação n.º 8 pede a criação da Assembleia Leonina, uma espécie de Parlamento Leonino, órgão intermédio entre a direcção e o a Assembleia Geral. Tinha que ser o Rui Oliveira e Costa a lembrar-se de uma destas!... Esta luminária quer pelos vistos meter o Sporting e a sua gestão no mesmo Caos em que se encontra o sistema político português. Não tarda nada criam-se os partidos dentro do Sporting, e depois virá o tempo em que haverá( porque não…) o Procurador do Sporting e o Provedor do Sporting. Tenham juízo!... Isto nem parece uma proposta séria saída de um congresso. É tão ridículo que nem parece real. Mas o problema é que é mesmo real, estes são os que nos dirigem!... Numa palavra, é medonho o estado actual do nosso clube.

- Continuando vêm a seguir umas recomendações ocas e vazias- destaca-se o dia do Leão, e outras coisas que tal…- que nada recomendam de recomendável, até que chegamos ao Conselho Leonino( recomendação n.º 11). Aqui fica bem claro o quanto gosta a actual direcção do Sporting de ouvir os sócios. O Conselho Leonino é talvez a originalidade organizativa mais peculiar do nosso clube, e é talvez uma das razões para que se tenha perpetuado no tempo a grandeza do Sporting. O Conselho Leonino permite e permitiu sempre, mesmo nos momentos de pior crise, unir o clube por dentro e tratar dos problemas a fundo. Chamam-nos elitistas por isto, mas é um órgão que está intimamente ligado à cultura profunda do que é Sporting. Aquilo que vai na cabeça de Dias Ferreira ao querer acabar com este órgão( como de resto na Filipe Soares Franco), retirando-lhe competências, e transformando-o em Assembleia Delegada, é muito simples: Dias Ferreira quer acabar com a democracia no Sporting. Dias Ferreira, como outros, teme o juízo dos sócios do Sporting, e teme as opiniões discordantes. Vai daí cala-as. Tem a quem sair.

- Vejamos atentamente outro brinco, a recomendação n.º 17. Aí se diz que as claques do clube não devem poder envergar os símbolos do Sporting!... Patético! Entenda-se: eu fui, sou e serei sempre contra as claques de futebol, essa corja de delinquentes. Mas uma coisa é ser contra as claques e a favor da sua legalização, outra completamente diferente( repito-o para se ler bem COMPLETAMENTE DIFERENTE!!!!) é dizer que há sportinguistas de primeira e de segunda, e que devemos vedar a qualquer sportinguista o uso dos símbolos do seu clube. Só uma concepção totalitária e anti-democrática pode conceber que se tratem os sportinguistas das claques( tão sportinguistas como eu, ou como os senhores congressistas) como filhos de um deus menor. Esta proposta diz muito sobre a mentalidade do seu proponente. Mais: Na recomendação n.º 23 propõem-se que as claques passem todas para o sector sul do estádio. Conhecendo-se as boas relações existentes entre a Juve Leo e o Directivo Ultras XXI está-se mesmo a ver o resultado desta recomendação…

- Posto isto, e após uma série de propostas avulsas, dos equipamentos à pintura das cadeiras( o maior defeito do documento é mesmo ser um conjunto incoerente de propostas…), chegamos à surreal- desculpem a repetição do adjectivo, mas acho-o bastante adequado- recomendação n.º 26. Segundo ela o Sporting agora vai passar a substituir-se ao Estado e passa a ser quem define qual o aparato policial necessário para cada jogo, a fim de se apelar à ideia de um espectáculo familiar. O senhor Luís Silva Pires não deve saber o que é o Estado de Direito, nem tão pouco o que é o conceito de segurança no dito. Isso não é grave. O que já é grave é que não haja no Congresso quem o esclareça! Mas enfim, tinha mesmo que ser tudo aprovado, e se outras coisas ainda mais surreais o foram porque não mais esta?...

- Seguem-se uma série de recomendações dispersas sobre os mais variados assuntos, desde o jornal ao site, passando pelas game boxes, o tal Provedor do Sócio( qualquer dia ainda teremos um Procurador-Geral do Sporting!), mais as quotas( o inevitável Dias Ferreira estava imparável na sua senha anti-sócios…), mais isenções de quotas, mais a obrigatoriedade dos atletas do Sporting serem igualmente sócios( até aqui tudo bem), e terem que ser assinantes do Jornal do Sporting( o que é ridículo), até que chegamos a mais uma pérola, a recomendação n.º 68. Segundo ela devem afastar-se do Sporting elementos comprovadamente de outras cores clubísticas. Bom vamos ter que mudar: 1- de treinador( comprovadamente benfiquista); 2- de capitão( comprovadamente benfiquista); 3- Hélder Postiga( comprovadamente portista); 4- Todos os estrangeiros a actuar no Sporting( comprovadamente dos clubes dos seus países). Metam mãos à obra, força rapazes!... Patético. Tão patético que nem merece ser levado a sério.

- Leia-se agora atentamente a recomendação n.º 70 e respectivas alternativas. Não dá para acreditar- aquele é o verdadeiro retrato de um clube sem rei nem roque. Cinco recomendações alternativas sobre o mesmo assunto?! Um dia destes ainda elegeremos cinco Presidentes, admirem-se… O Sporting está absolutamente desunido e sem rumo, essa é a minha conclusão do que li.

- Outra recomendação surreal: Obrigar os jogadores a irem saudar o publico no final de cada jogo( n.º 71). Mas acham mesmo que é necessário escrever isto? Não devia ser uma obrigação elementar. Não acham humilhante para os jogadores do Sporting lerem esta recomendação? Enfim, se é assim que se gere um clube acho que estamos entendidos.

- Depois seguem-se mais uma boa dezena de propostas avulsas sobre tudo e nada, não se percebendo a coerência de quem organizou(?!) tudo aquilo. O mais incrível é que é só facilidades: ele é descontos para isto, descontos para aquilo, descontos para aqueloutro. Dá mesmo vontade de perguntar: e no fim de contas quem é que vai pagar a festa? Haverá uma réstia de noção da situação económica do clube? Ou será que a politica é quem vier a seguir que feche a porta?

- Para acabar pede-se o fim da tourada do Sporting( já só cá faltavam os defensores dos direitos dos animais!),e mais uma série de assuntos desconexos- desde a assistencia aos treinos na Academia( que imaginava eu ser matéria da exclusiva competência do treinador decidir se isso era ou não adequado à defesa dos interesses da equipa!) à nota sobre o fim da violência no desporto- cabe lá tudo!... E de sócios e adeptos estamos tratados. Quase diria que se tratou de tudo menos de sócios e adeptos. Tinha a sensação antes do Congresso que o Sporting era um clube desorganizado. Agora fiquei com a certeza.

3.º Tema: Modelo estratégico do futebol.

- Formação. Palavra chave. Formação, formação e mais formação, uma overdose de formação!... Eis que Luís Silva Pires e Filipe Almeida Fernandes entram em acção e metem a cassete. Tudo no Sporting é lindo e profissional, às vezes temos é uns azares( este ano a sorte foi-nos mesmo MUITO ingrata… Ou será apenas sorte?)- eis a conclusão da retórica das primeiras dez recomendações do Congresso. Nada de discutir a política de contratações do clube, que faz com que um nabo como Grimi seja contratado em vez de Tiago Pinto, que faz com que Saleiro não tenha tido oportunidades, que faz com que o nosso melhor Keeper tenha sido dispensado em beneficio de um frangueiro a quem este ano já devemos uma boa dúzia de pontos, etc. Ou seja nada de discutir em concreto o que é a formação- esse chavão abstracto sempre na ponta da língua de quem nos dirige. Diria que esta é melhor forma de Soares Franco se sair em beleza, falar na gestão no abstracto e não descer ao concreto. Não há nenhum sócio do Sporting penso eu que não defenda a formação, mas discutir um modelo estratégico do futebol reduzindo-o a um chavão é pobre. De uma pobreza que mete medo.

- Miguel Salema Garção, um homem da comunicação com sensibilidade para estas coisas, fez a meu ver a melhor recomendação de todo o Congresso, que perde por se ver misturada com um cem número de outros assuntos, arrumados sem critério e sem coerência. Assim a recomendação n.º 16 propõem que a actual Sporting SAD, se passe a denominar Sporting Clube de Portugal- Sociedade Desportiva de Futebol, SAD. O nome das coisas é o seu sinal externo- e acho que o nosso nome completo faz parte da nossa identidade intima. O Sporting não é de Lisboa, nem tão pouco de Alvalade, é de Portugal!

- Antes e depois da recomendação n.º 16 temos o caos!... Volta a falar-se de tudo e mais alguma coisa, desde o preço dos bilhetes ao sistema de jogo da equipa- que imagina eu ser da matéria competência exclusiva do treinador da equipa, mas certamente estou equivocado… E com a 25.ª recomendação estamos tratados no que diz respeito a modelo estratégico para o futebol profissional. Fiquei com duas certezas: não temos modelo, nem tão pouco estratégia. No Sporting parece que tudo corre ao sabor das modas e da conjuntura, e parece-me que a única razão para se ter apostado na tão apaniguada formação é uma razão bem mais mesquinha: não temos massa para contratar jogadores decentes porque devemos as penas aos pássaros. Eis-nos chegados à questão da massa…

4.º Tema: Modelo de sustentabilidade financeira.

- Eis o busílis da coisa. Massa. Dinheiro. 1.ª Recomendação? Simples: Repudiar qualquer proposta que implique a diminuição das receitas do Sporting. Surreal( de novo este adjectivo!). Quer-se dizer por um lado mais de metade das recomendações do Congresso falam em diminuir receitas( a quotização e os bilhetes são receitas do clube, se bem me lembro de ter lido os nossos estatutos bem…), por outro vem a primeira recomendação financeira e zás, manda para as ortigas mais de metade das recomendações do Congresso!... Como diria o outro organizem-se pá!...

- Depois temos os lugares comuns da gestão do costume a propósito de receitas: ele é o naming( recomendação n.º 2), as receitas mais ou menos originais do costume, desde as apostas no estádio à internacionalização da marca Sporting( para a qual os recentes 12-1 contra o Bayern deve ter sido útil…), enfim um sem fim de banalidades óbvias. Pensei eu: ainda bem que não estão a falar em aumentar novamente as quotas, safa!... Esta direcção fica na história por ter subido as quotas do clube para níveis incríveis( em poucos anos passou-se de 6 euros para doze euros!!!). Pois bem achava eu que já chegava, sobretudo quando nos temas anteriores se prometeu mundos e fundos. Eis que deparo com a recomendação n.º 8, que me diz em tom mavioso que agora passam a ser os sócios a estabelecer para si próprio o que passam a pagar. Ok, estou de acordo. Quem pode mais que pague mais, se assim o entender. Mas é pena que esta recomendação já chegue um bocadinho tarde, certo? Tenho a sensação, porque não tenho números mas conheço o clube, que no meio das tempestades económicas que assolam o mundo devemos ter perdido dezenas de associados pagantes. E a razão porque eles se afastaram também foi o valor exageradíssimo das quotas, um absurdo para a realidade do país.

- E eis que às dezanove recomendações termina o aspecto das receitas. Pode dizer-se que é um documento pouco imaginativo, que reproduz quase ipsis verbis o que já havia sido objecto dos últimos seis orçamentos do clube. Não deveria ser para isto que se faz um congresso, devia ser para propor soluções novas. Nada disto sucedeu. Podia ser que no que diz respeito às despesas a coisa melhorasse…

- Despesas. Aqui sim vamos ao real e ao concreto. E aqui temos a direcção no seu esplendor, porque esta é a sua verdadeira natureza e linguagem: racionalizar custos, cortar despesas, enfim tratar dos problemas draconianamente. Veremos o que vai resultar das recomendações n.º s 19, 20, 21 e 22 deste Congresso, sobretudo desta última que propõem uma comissão de controlo de projectos que promete cortar nos do costume( leia-se nas modalidades amadoras- as mesmas que vivem com metade do que ganha um júnior mediano do Sporting).

- Por último, e para manter a coerência(?!) com os temas precedentes volta o caos às recomendações, e volta-se a falar de tudo e de nada, de um modo confuso e completamente avulso. Desde a SAD passar a pagar o naming ao Sporting, à reestruturação financeira da divida tudo lá cabe. Até o inevitável Dias Ferreira lá vem falar de finanças do clube- ele que, do que ouvi falar, até nem é propriamente mestre do ofício. Mas enfim no Sporting vale tudo. Se até há Juristas que não sabem o que é o Estado de Direito, porque é que não haviam de haver Juristas a botar discurso sobre soluções financeiras para o clube?!

Eis o verdadeiro retracto da ausência confrangedora de rumo do Sporting e da ausência de alternativas para a pobreza intelectual de quem nos governa. Se foi para isto que o Congresso foi feito valeu a pena. Eu pessoalmente sonhei com outra coisa, mas a culpa aqui é claramente de uma única pessoa: Ernesto Ferreira da Silva. Demonstrou não ter a mínima estatura para poder ser dirigente do Sporting e que não tem a mínima competência para organizar um Congresso. Colou-se à direcção e quis que o Congresso fosse aquilo que foi. E foi apenas aquilo que foi.

Um grande abraço

Pedro Pita disse...

Uff... Espero não ter sido demasiado longo, mas a questão é que bati-me demasiado por este Congresso para que a coisa acabasse como acabou.

Um grande abraço caro amigo.

Visconde disse...

Caro Pedro

A razões apresentadas por ti, só comprovam a minha teoria que se tratou de um convivio e não de um congresso onde se deveria debater o futuro do Sporting.
De pouco ou nada serviu...

Abraço

Miguel Fraga disse...

Não estive presente no congresso, mas não sei se não será demasiado cedo para se afirmar com convicção que não passou de um "convívio" e que não terá grandes repercussões no futuro do clube.

Já agora, o blog "O Visconde de Alvalade" foi linkado ao recém-criado "Lugar de Leão", pela notoriedade que vem obtendo neste ambiente virtual leonino.

Saudações Leoninas!

Ramos disse...

Caros amigos, deixo aqui uma petição para todos aqueles que defendem a continuidade do nosso treinador. http://www.petitiononline.com/aramos31/petition.html