Faz hoje 31 anos que Carlos Lopes se sagrou Campeão do Mundo de Corta-Mato pela primeira vez, ao ganhar a corrida realizada em Chepstow, no Pais de Gales. Como mais tarde viria a demonstrar, Lopes fez uma corrida demonstrando uma enorme auto-confiança, mostrando resistência, sentido táctico e muito boa ponta final. A corrida acabou por ser mais fácil do que o esperado: " Um triunfo assim acontece uma vez na vida. Eu arranquei só para experimentar os adversários, não tinha ideias de sair mesmo naquela altura, pretendi apenas impor o andamento que mais me convinha, porque tinha a certeza de que não poderia esperar pela última volta para resolver a corrida. Apercebi-me de que, nas subidas, tanto os dois ingleses como o belga fraquejavam um pouco, acelerei e..."Não seguiu a táctica prevista por Moniz Pereira porque: " Quando entro numa prova não tenho instruções. Os que estão de fora não podem mandar e dizer que a determinada altura temos de fazer isto ou aquilo. Quem manda é o atleta porque é ele que sabe como se sente. Ora, eu sentia-me bem, e depois, uma pessoa, quando vai à frente, as forças redobram. Eles foram ingénuos, pensaram que eu não aguentaria o andamento que impus a partir do 6º Km. "No jornal L'Équipe do dia seguinte podia ler-se: " Indiferente, soberbo, atleta de busto ligeiro e pernas de puro-sangue, Carlos Lopes parecia um cavaleiro solitário, tendo inscrito na fronte a certeza da sua superioridade."
Carlos lopes regressou a Portugal como um herói. O secretário de Estado dos desportos refere: " Agradeço a Carlos Lopes o que fez pela juventude do nosso país. Impressionou-me mais a maneira como ganhou que o ter ganho. "Moniz Pereira exaltou o feito: " Mais de 200 milhões de pessoas viram o seu triunfo, em directo pela TV. Por isso, em meia hora, Carlos Lopes fez mais pelo País que o SNI (propaganda do estado novo) em todos os anos da sua existência."
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